Todos os dias quando me levanto de manhã subo a persiana da janela do quarto e olho durante uns segundos para o céu. Hoje não foi excepção. As nuvens negras, as trovoadas e o vento que soprava estavam em perfeita sintonia com o meu estado de espírito. O cansaço que se vai acumulando ao longo de um ano comprido e sempre atarefado pesa mais nesta altura tão próxima das esperadas férias. A partir daí tudo se torna mais difícil. O levantar da cama, o duche, o pequeno-almoço (quando há tempo), o conduzir até chegar ao trabalho, o abrir a porta do serviço e ligar tudo, até escrever isto, se torna um processo quase doloroso fisicamente. O tempo concorda comigo...os trovões que se ouvem consecutivamente fazem-me lembrar o meu resmunganço matinal para sair daquilo que os meus pais sempre chamaram "vale de lençóis"...
Mais um esforço, penso eu. Amanhã já é sexta-feira e já entro de férias onde poderei finalmente descansar. Mas amanhã parece uma eternidade. Vivemos todos em função do próximo ordenado, das próximas férias. Sempre do próximo algo que nos satisfaça e dê algum conforto, que preencha este vazio que habita em cada um de nós. Mas será que chega? Não, não estou a ter uma crise existencial, nem sequer estou deprimida. Apenas cansada, quase exausta. E quando estou assim penso mais, ou pelo menos ouço mais os meus próprios pensamentos e reflexões mais ou menos coerentes. Hoje só me apetece aninhar-me no meu canto quentinho e deixar-me embalar pelo Soldier Song da Sarah Bettens. Há dias assim. Hoje sem dúvida é um deles. Amanhã esperemos que seja dia de festa. Pelo menos é dia de férias...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Direitos de todos nós
Quando me lançaram este desafio de escrever alguma coisa neste dia tão importante, milhões de coisas vieram-me à cabeça. O Dia Mundial dos Direitos Humanos não é para brincadeiras. Depois pensei melhor na implicação da expressão Direitos Humanos. O que significa? O que é que nos diz? O que é que me diz a mim? Pensei e li um pouco da famosa Carta dos Direitos Humanos, tão falada e tão maltratada. Depois de a ler a minha mente vagueou até encontrar uma linha de pensamento nova.
Direitos Humanos...para mim muitos mais do que se fala nas politiqueces e nos documentários dos canais temáticos. para mim é o direito de viver, de amar e ser amado, de odiar mas não prejudicar, de rir e sorrir, de pensar e falar. É o direito de se viver como quer, quando quer, nos seus próprios termos sem nunca ferir os termos dos outros. É viver ao seu próprio ritmo, e parar com esse ritmo quando se deseja. É amar quem se quer, homem ou mulher, da forma como se quer e no tempo que se entende como necessário. É comunicar ou escolher o silêncio como forma de comunicação dolorosa e complexa. É escolher e poder escolher livremente, como cidadão de uma comunidade que é muito mais do que a mera soma das suas partes. É o direito de permitir que os outros exerçam o seu direito, é permitirmos que nós próprios usemos desses direitos sem constrangimentos ou torturas. É gritar, chorar, pedir ajuda e ser ajudado...
Depois de toda esta torrente de sentimentos basta-me pensar que Direitos Humanos é apenas por em prática tudo o que somos e temos medo, Seres Humanos completos ou incompletos na plenitude do seu SER! É não termos medo da proximidade e do contacto, com o outro e com nós próprios. É estarmos confortáveis na nossa própria pele, é respeitarmos o outro mas sobretudo a nossa própria existência.
Respeitar os Direitos Humanos no fundo é respeitarmo-nos a nós próprios, enquanto seres humanos. Melhor definição que esta desconheço...pô-la em prática...aí está o desafio!
Este post pertencem a um enorme post colectivo. Para mais informações visitem fenixadeternum.blogspot.com e vejam todas as pessoas que decidiram pensar no assunto...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Cirque du Soleil - Delirium
No dia 31 de Novembro montou-se a romaria à porta do Pavilhão Atlântico em Lisboa. Toda a gente que é gente queria ver aqueles senhores fantásticos que fazem coisas que mais parecem tiradas de um sonho. O Cirque chegou à cidade. Este, porém, não é um circo qualquer. O Cirque du Soleil fez e faz-nos sonhar e acreditar que é possível retratar sonhos num palco, ao som de música, com estímulos intensos e que nos fazem esquecer coisas tão simples como o desconforto das cadeiras do Pavilhão Atlântico.
Foi um verdadeiro espectáculo. Todas as dúvidas que tínhamos relativamente a este Delirium, que se dizia diferente de todos os outros espectáculos que tanto amamos do Cirque, foram-se desvanecendo à medida que toda aquela cor, movimento e som entrava nos nossos sentidos. Fantástico...foi nisso que pensei durante aquelas duas horas que passaram num instante. Para mim foi aterrador, no bom sentido, ouvir um verdadeiro silêncio entre a multidão entre cada quadro, expectante com o que iria acontecer, com as surpresas que nos iria apresentar a seguir. O respeito imenso pelo artista, pela sua concentração e pela sua arte. Foram-se multiplicando os aplausos e à medida que o espectáculo prosseguia os aplausos aumentavam numa proporcionalidade poética.
O espectáculo termina com uma remistura do Alegria. Para mim foi uma surpresa porque não estava mesmo nada à espera e nunca tinha ouvido comentar nada a esse respeito. Foi bonito ver o público e vibrar com uma música e uma apresentação que a maioria do pavilhão nem imaginava que é de outro espectáculo do Cirque. Também pouco interessava. O público vibrava e isso é que interessa.
No fim todos saímos satisfeitos e contentes por estarmos ali, e expectantes pela próxima aventura, QUIDAM!
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Espanha, nós e a minha azia...
De vez em quando e no âmbito do trabalho que desenvolvo das 9 às 17:30, surge a oportunidade de me deslocar a Espanha para ver como é que os serviços deles estão organizados, nomeadamente o SPDA, congénere do IDT na Diputación de Huelva. Nós sabemos de todas as dificuldades que temos em Portugal a todos os níveis mas cada vez que saio de lá fico com uma azia desgraçada...
Tudo começa com as famosas verbas...aquilo que faz mover o mundo em versão euros...o número de técnicos, a distribuição do poder e atribuição ao poder local, o respeito pela vontade da comunidade...tudo isto deixa-nos de lágrima no canto do olho e é uma das pouquíssimas alturas em que penso, "olha lá, não era mal pensado ser espanhola!". Depois penso em todas as desvantagens e o meu orgulho Tuga vem ao de cima com o pensamento: "com o trabalho certo e com muita vontade chegamos lá". Claro que também penso que cheio de boa vontade está o Inferno...ainda bem que não acredito no Inferno...eheh.
Tudo começa com um pequeno principio, executa quem conhece. Paga quem tem de pagar, o poder local e/ou regional. Não são pensadores de primeira categoria que se lembram de fazer um programa para todos os meninos e meninas da mesma forma, como se de fotocópias se tratasse, mas sim apelar aos técnicos que melhor conhecem as realidades mega específicas de cada pueblo pequenino...esses que sabem o nome do Tio Manel das Couves e da Tia Armanda do Supermercado...Frustro-me só de pensar nisso...de pensar que se calhar assim era mais giro...
Este para mim é um problema de fundo em Portugal. Não vem só da minha área nem de nenhuma área em específico...Occam é que tinha razão. O seu princípio conhecido como "A Navalha de Occam" é um princípio atribuído ao inglês do século XIV, William de Ockham e que hoje em dia se enuncia: "se há várias explicações igualmente válidas para um facto, então devemos escolher a mais simples". Para mim é simples: antes de se impingir o que quer que seja a alguém, perguntem se esse alguém o quer ou precisa dele...
Em Espanha já começam a perceber isso...quando é que este pequeno grande princípio atravessará a fronteira...aceitam-se apostas...
cumps
Tudo começa com as famosas verbas...aquilo que faz mover o mundo em versão euros...o número de técnicos, a distribuição do poder e atribuição ao poder local, o respeito pela vontade da comunidade...tudo isto deixa-nos de lágrima no canto do olho e é uma das pouquíssimas alturas em que penso, "olha lá, não era mal pensado ser espanhola!". Depois penso em todas as desvantagens e o meu orgulho Tuga vem ao de cima com o pensamento: "com o trabalho certo e com muita vontade chegamos lá". Claro que também penso que cheio de boa vontade está o Inferno...ainda bem que não acredito no Inferno...eheh.
Tudo começa com um pequeno principio, executa quem conhece. Paga quem tem de pagar, o poder local e/ou regional. Não são pensadores de primeira categoria que se lembram de fazer um programa para todos os meninos e meninas da mesma forma, como se de fotocópias se tratasse, mas sim apelar aos técnicos que melhor conhecem as realidades mega específicas de cada pueblo pequenino...esses que sabem o nome do Tio Manel das Couves e da Tia Armanda do Supermercado...Frustro-me só de pensar nisso...de pensar que se calhar assim era mais giro...
Este para mim é um problema de fundo em Portugal. Não vem só da minha área nem de nenhuma área em específico...Occam é que tinha razão. O seu princípio conhecido como "A Navalha de Occam" é um princípio atribuído ao inglês do século XIV, William de Ockham e que hoje em dia se enuncia: "se há várias explicações igualmente válidas para um facto, então devemos escolher a mais simples". Para mim é simples: antes de se impingir o que quer que seja a alguém, perguntem se esse alguém o quer ou precisa dele...
Em Espanha já começam a perceber isso...quando é que este pequeno grande princípio atravessará a fronteira...aceitam-se apostas...
cumps
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Finalmente o dragão!!
Está feita. Três horas de trabalho do artista e de desconforto meu (só pela posição em que estava porque não doeu nada) finalmente o dragão nasceu nas minhas costas.
A questão da dor resolveu-se logo. Não doi. Pelo menos a mim não me doeu nem causou nada que não se tolere. Sem dúvida uma tarde interessante. E com certeza para repetir.
Aquela emoçãozinha de uma criança com um brinquedo novo apoderou-se de mim...neste caso uma criança com um desenho novo, desenho permanente. Tudo isto me deu uma vontade enorme de fazer mais...e serão feitas mais tatuagens por este corpo fora. Isto é só o começo.
Não quero parecer aquelas telas humanas com desenhos que nunca mais acabam e que parece o Sr. do Prison Break. Mas mais umas quantas com certeza que farei. O vício está lá!!!!
Agora que a cicatrização está a andar muito bem, aqui fica para a posteridade!
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Tatuagem
Depois de tanto tempo a ameaçar e um ano a planear, sábado vai-se acabar com a expectativa que quase dava origem a uma bolsa de apostas...a tatuagem vai-se realizar. A longa tarde do dia 17 de Novembro de 2007 irá ficar na história (ou não...veremos) como o dia que irei tatuar um dragão enorme nas minhas costas. Promessa que fiz há já alguns anos e que parece que é desta. A reacção mais gira só poderia ser da minha mãe...ó filha ainda se fosse uma águia!!! o teu pai vai-se passar por ser um dragão...Claro que esta reacção se percebe melhor quando eu acrescento que o Benfiquismo do meu pai não conhece limites...
entre o não faças e é tão grande as opiniões há para todos os gostos...a mim resta-me a profunda curiosidade de saber como ficou o desenho que o artista ficou de modificar para ficar verdadeiramente fantástico e como irá ficar nas minhas costas...além da questão da dor...mas nisso nem quero pensar.
O tatuador é dos bons. amigas minhas já lá foram e o resultado são obras de arte...parece aqueles senhores daquele programa do people and arts...o miami ink...verdadeiramente fantástico.
Agora é esperar para ver...a expectativa aumenta muito e a contagem diminui...depois logo afixo a bela da foto do belo do dragão...
entre o não faças e é tão grande as opiniões há para todos os gostos...a mim resta-me a profunda curiosidade de saber como ficou o desenho que o artista ficou de modificar para ficar verdadeiramente fantástico e como irá ficar nas minhas costas...além da questão da dor...mas nisso nem quero pensar.
O tatuador é dos bons. amigas minhas já lá foram e o resultado são obras de arte...parece aqueles senhores daquele programa do people and arts...o miami ink...verdadeiramente fantástico.
Agora é esperar para ver...a expectativa aumenta muito e a contagem diminui...depois logo afixo a bela da foto do belo do dragão...
sábado, 10 de novembro de 2007
Tugas ao ataques!!!!
Campeonato do Mundo de absolutos terminado no Canadá e achei que era interessante escrever alguma coisa aqui sobre isso. Pior do que a expectativa acerca da prestação dos nossos ginastas, é não estarmos lá para ver e submetermo-nos a horas em frente ao ecrã do computador à espera que um site actualizasse a informação. Saber que pessoas que conhecemos e de quem gostamos estão do outro lado do mundo a tentar representar o país o melhor que podem e a mostrar todo o trabalho deste tempo todo é algo que mexe comigo. Talvez este ano mais do que nunca vivi o campeonato do mundo...mesmo tão longe dele fisicamente.
Para quem olhar para os resultados finais do campeonato poderá nem entender muito bem porque andamos tão contentes...mas apurar dois ginastas para os Jogos Olímpicos é um feito considerável, considerando o panorama da modalidade a nível mundial e as nossas condições de trabalho. Claro que nem tudo são rosas e houve séries falhadas que me cortaram o coração mas sei que termos chegado aqui foi excelente...agora é só trabalhar para melhorar...temos de acreditar nisto e acreditar nesta modalidade é como o código postal...meio caminho andado.
No dia a seguir de termos o apuramento garantido para os JO falava no messenger com uma pessoa a quem dava os parabéns pelo sucesso no apuramento. Essa pessoa agradeceu mas respondeu que estavamos todos de parabéns. O sucesso é de todos. As vezes esquecemo-nos disso. Que quando aqueles seres saltam e acertam ou falham, são o reflexo de todas as pessoas que directa ou indirectamente contribuem para a modalidade. Nós!
Agora é tempo de reflectir acerca das decisões tomadas antes, durante e imediatamente após o campeonato do mundo. E preparar o que vem a seguir.
Neste momento os Campeonatos do Mundo por Grupos de Idades prosseguem exactamente no mesmo local onde os absolutos brilharam e bateram recordes. Os Tugas estão em grande número e com muita vontade. Entre bons e menos bons resultados, será para todos uma experiência inesquecivel...pelo menos para mim foi quando lá estive.
Boa Sorte TUGAS!!!
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Guerra
Agora que até vou arranjando um bocadinho para ver o que se passa no mundo através da televisão, dou comigo a bezerrar no sofá à noite até me deixar dormir e acordar cheia de dores nas costas de estar toda torta. Ontem, após fazer zapping mil vezes nos 70 e muitos canais que tenho em casa, apercebi-me da desgraça...não havia nada decente para se ver. Sendo uma rapariga que até gosta de documentários tentei todos os canais temáticos e mesmo assim nada...dei voltas e voltas até que parei na RTP1. Estava a dar a série documental da autoria do Joaquim Furtado denominada Guerra. Não sou nenhuma perita em história de Portugal e nem sequer tenho idade para me recordar da guerra colonial mas dei por mim a ver aquela obra prima da televisão.
Os nossos pais muitas vezes não falam do que se passou naquele tempo sombrio da nossa história, mas acho que ninguém da minha geração tem noção do que foi aquela guerra que parecia sem fim, e cujas repercussões aparentemente ainda se notam nos dias que correm.
As atrocidades que se cometeram, os crimes e injustiças, a loucura de ambos os lados da guerra colonial aparecem de forma igual nesta série que tem tudo para nos ensinar. Dei por mim a ouvir aqueles testemunhos de pessoas que viram pessoas decapitadas, violadas, queimadas dentro das suas próprias palhotas e pensei que se calhar andamos aqui a imaginar que isto só acontecia na guerra do vietnam, kosovos e afins...nós, povo pacífico e saudoso nunca faríamos tais actos que vão contra tudo o que defende a nossa pátria e a humanidade em geral. Mas fizemos.
Condenamos Irão, Iraque, Coreia e muitos outros por não respeitarem as directivas da ONU mas também o fizemos nesta altura. Também mentimos e alteramos verdades para justificar actos que não são justificáveis. Não somos os puritanos que defendemos, sempre do lado da justiça e da verdade. Não somos nem melhores nem piores que ninguém e este documentário serve mesmo para isso. Face a uma situação e a um contexto daqueles reagimos como todos os outros ditos países e povos civilizados e cometemos atrocidades. Fomos vítimas de atrocidades também. Disso não há dúvidas. Mas uma coisa não pode justificar a outra.
Tenho colegas que, por exemplo, não deixam os pais, antigos combatentes, ver o programa Guerra sozinhos. As feridas emocionais ainda são muitas e muito profundas. Neste aspecto somos muito piores que países como os EUA ou outros companheiros destas e doutras guerras. Os nossos veteranos da guerra colonial e dos actuais conflitos continuam a ir e vir dos cenários de guerra sem serem acompanhados, mesmo depois de verem e sentirem coisas que seres humanos nunca deveriam ver e sentir.
Dei por mim a pensar em tudo isto enquanto via aquele programa que tanto orgulho me deu por ser um relato fiel, feito por um português, dos dois lados de uma guerra horrível em que ninguém se pode declarar como vencedor (se é que há vencedores nestas e em qualquer guerra), mas também que tanta revolta me causou porque se lutou e matou por uma pátria que nunca pediu tal acto.
Guerras como estas não devem ser esquecidas mas sim lembradas como provas da estupidez humana face a situações de posse e poder. Einstein é que tinha razão:
"Duas coisas são infinitas: universo e a estupidez humana.Mas, no que respeita ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta"
Os nossos pais muitas vezes não falam do que se passou naquele tempo sombrio da nossa história, mas acho que ninguém da minha geração tem noção do que foi aquela guerra que parecia sem fim, e cujas repercussões aparentemente ainda se notam nos dias que correm.
As atrocidades que se cometeram, os crimes e injustiças, a loucura de ambos os lados da guerra colonial aparecem de forma igual nesta série que tem tudo para nos ensinar. Dei por mim a ouvir aqueles testemunhos de pessoas que viram pessoas decapitadas, violadas, queimadas dentro das suas próprias palhotas e pensei que se calhar andamos aqui a imaginar que isto só acontecia na guerra do vietnam, kosovos e afins...nós, povo pacífico e saudoso nunca faríamos tais actos que vão contra tudo o que defende a nossa pátria e a humanidade em geral. Mas fizemos.
Condenamos Irão, Iraque, Coreia e muitos outros por não respeitarem as directivas da ONU mas também o fizemos nesta altura. Também mentimos e alteramos verdades para justificar actos que não são justificáveis. Não somos os puritanos que defendemos, sempre do lado da justiça e da verdade. Não somos nem melhores nem piores que ninguém e este documentário serve mesmo para isso. Face a uma situação e a um contexto daqueles reagimos como todos os outros ditos países e povos civilizados e cometemos atrocidades. Fomos vítimas de atrocidades também. Disso não há dúvidas. Mas uma coisa não pode justificar a outra.
Tenho colegas que, por exemplo, não deixam os pais, antigos combatentes, ver o programa Guerra sozinhos. As feridas emocionais ainda são muitas e muito profundas. Neste aspecto somos muito piores que países como os EUA ou outros companheiros destas e doutras guerras. Os nossos veteranos da guerra colonial e dos actuais conflitos continuam a ir e vir dos cenários de guerra sem serem acompanhados, mesmo depois de verem e sentirem coisas que seres humanos nunca deveriam ver e sentir.
Dei por mim a pensar em tudo isto enquanto via aquele programa que tanto orgulho me deu por ser um relato fiel, feito por um português, dos dois lados de uma guerra horrível em que ninguém se pode declarar como vencedor (se é que há vencedores nestas e em qualquer guerra), mas também que tanta revolta me causou porque se lutou e matou por uma pátria que nunca pediu tal acto.
Guerras como estas não devem ser esquecidas mas sim lembradas como provas da estupidez humana face a situações de posse e poder. Einstein é que tinha razão:
"Duas coisas são infinitas: universo e a estupidez humana.Mas, no que respeita ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta"
Ficar fechada na garagem...
Coisa fantástica esta de se viver num prédio modernaço! Ontem de manhã, depois do deprimente processo de tentar acordar, duche e vestir, pensei "pequeno almoço, notícias, entrar na maravilhosa fila de trânsito para entrar em Faro e trabalho louco todo o dia!". Era um bom plano...não passou disso...A Tv Cabo estava em baixo e nada de televisão, nem net, nem telefone...o pequeno almoço passou a ser tomado rapidamente e ao som de música e, enquanto descia no elevador para a garagem ainda pensei "agora giro era o portão da garagem não funcionar"...bruxa dum raio que só não adivinhas o euromilhões! quando carrego no comando e nada...pensei, "aqui vamos nós outra vez...". Sim porque esta foi a 4 vez que isto me aconteceu!!! 4 VEZ!!!! é um recorde do Guiness, pelo menos no prédio...Ao menos desta vez não estava sozinha e mais 2 vizinhas se juntaram à festa.
9 da manhã, hora que já deveria estar em Faro e estava eu empoleirada no escadote da vizinha com um alicate na mão a tentar desencravar a segurança manual do portão para ver se conseguíamos sair dali...que belo início de dia! depois de mt esforço e sobe e desce do escadote lá consegui abrir a maldita porta da garagem...
Aquela sensação de liberdade fantastica de "deixa-me sair daqui antes que o portão se passe e nunca saia daqui...". Esta é uma das enormes desvantagens de viver no meio do nada numa urbanização giríssima...isto não é propriamente Lisboa onde, se isto acontecesse, simplesmente se deixava o carro na garagem, à espera da empresa de manutenção e se ía de autocarro ou outra coisa qualquer para se deslocar. Isto é o Algarve...terra de praias e sol...mas de transportes públicos não...
O portão entretanto foi arranjado. Durante quanto tempo é que não sei. Até lá a missão é comprar um escadote...não vá o diabo tecê-las!!!
9 da manhã, hora que já deveria estar em Faro e estava eu empoleirada no escadote da vizinha com um alicate na mão a tentar desencravar a segurança manual do portão para ver se conseguíamos sair dali...que belo início de dia! depois de mt esforço e sobe e desce do escadote lá consegui abrir a maldita porta da garagem...
Aquela sensação de liberdade fantastica de "deixa-me sair daqui antes que o portão se passe e nunca saia daqui...". Esta é uma das enormes desvantagens de viver no meio do nada numa urbanização giríssima...isto não é propriamente Lisboa onde, se isto acontecesse, simplesmente se deixava o carro na garagem, à espera da empresa de manutenção e se ía de autocarro ou outra coisa qualquer para se deslocar. Isto é o Algarve...terra de praias e sol...mas de transportes públicos não...
O portão entretanto foi arranjado. Durante quanto tempo é que não sei. Até lá a missão é comprar um escadote...não vá o diabo tecê-las!!!
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Campeonato do Mundo de Trampolins 2007 no Canadá
Para quem ainda não sabe, eu sou viciada em trampolins...Para quem já sabe, os famosos prega saltos dominam uma boa parte da minha vida e são a minha psicoterapia muito peculiar. Quando se está num pavilhão tudo o resto desaparece...e apenas se observa mortais e piruetas realizados a velocidades verdadeiramente assustadoras. Este é o meu vício. Bem engraçado, não é...?
Achei que devia escrever aqui alguma coisa sobre esse evento principal de qualquer trampolineiro que é o campeonato do mundo. A prova de apuramento para os Jogos Olímpicos é sempre o culminar de 2 longos anos de trabalho para muita gente...juízes incluídos neste lote...a romaria este ano desloca-se ao Canadá e os Tugas vão em força...só esperamos que venham vitoriosos...por vitoriosos não tem de ser campeões. objectivos há muitos e nem sempre passam pela vitória. passarão, por exemplo, pelo apuramento para esses Jogos Olímpicos maravilhosos que serão em Pequim para o ano. será um orgulho enorme para qualquer pessoa ligada a esta modalidade que tantas alegrias nos dá...mesmo que tenhamos um país que nem sequer se apercebe muito bem que ela existe.
Este ano mais que nunca o meu interesse neste campeonato do mundo cresce. Se calhar devido a todo este investimento pessoal e profissional que fiz na modalidade. As consultas no Gabinete de Apoio Psicológico na APAGL, a crescente responsabilidade no ajuizamento e na ANJTTUGA despertam ainda mais este vício saudável que não morre nunca.
A todos os que neste momento estão em estágio, preparação ou simplesmente a fazer a mala e a arrumarem o passaporte para irem para o Canadá para esse grande evento, tenho duas coisas para vos dizer:
boa sorte e que tudo corra bem
admito que tenho uma pontinha de inveja de não lá estar mas outras alturas surgirão!
cumps a todos
Achei que devia escrever aqui alguma coisa sobre esse evento principal de qualquer trampolineiro que é o campeonato do mundo. A prova de apuramento para os Jogos Olímpicos é sempre o culminar de 2 longos anos de trabalho para muita gente...juízes incluídos neste lote...a romaria este ano desloca-se ao Canadá e os Tugas vão em força...só esperamos que venham vitoriosos...por vitoriosos não tem de ser campeões. objectivos há muitos e nem sempre passam pela vitória. passarão, por exemplo, pelo apuramento para esses Jogos Olímpicos maravilhosos que serão em Pequim para o ano. será um orgulho enorme para qualquer pessoa ligada a esta modalidade que tantas alegrias nos dá...mesmo que tenhamos um país que nem sequer se apercebe muito bem que ela existe.
Este ano mais que nunca o meu interesse neste campeonato do mundo cresce. Se calhar devido a todo este investimento pessoal e profissional que fiz na modalidade. As consultas no Gabinete de Apoio Psicológico na APAGL, a crescente responsabilidade no ajuizamento e na ANJTTUGA despertam ainda mais este vício saudável que não morre nunca.
A todos os que neste momento estão em estágio, preparação ou simplesmente a fazer a mala e a arrumarem o passaporte para irem para o Canadá para esse grande evento, tenho duas coisas para vos dizer:
boa sorte e que tudo corra bem
admito que tenho uma pontinha de inveja de não lá estar mas outras alturas surgirão!
cumps a todos
Insónias, insónias e mais insónias...
Bem vindos ao mundo da insónia...aquele mundo tão maravilhoso onde vamos para a cama, fechamos os olhos, e o botão não desliga...as horas passam...as noites passam...e a única coisa que aumenta é a nossa irritação por não conseguir dormir...isto sou eu nas últimas três maravilhosas noites.
Desde pequena que a minha relação com o sono é um pouco estranha. A minha mãe sempre disse que sestas não era comigo e dormir à noite era só o estritamente essencial. Na adolescência lá começaram as malditas insónias de vez em quando. Na faculdade o ritmo de sono também não era o melhor e as malditas eram bem mais frequentes. Stress? Talvez mas não sempre...Já aconteceram crises destas em praticamente todos os contextos possíveis...isso é o mais irritante. Aparecem e desaparecem sem avisar e perturbam esta vida que por si só já não permite grande sono. "Vai ao médico" dizem os amigos. É um facto que podíamos tratar disso...mas as relações com a classe médica não andam famosas e com os medicamentos nunca foram. Desta vez nem a meditação ajuda...
Depois chateia a perda de tempo de tudo isto...é que nem se dorme nem se faz mais nada...o pensamento é sempre: "se eu ficar aqui quietinha pode ser que adormeça. porque se me levanto e vou ver televisão ou se vou para o computador ainda desperto mais..."
. Claro que isto não resulta e o que se faz é rebolar na cama até o corpo doer e não ter posição para dormir nem sequer para estar naquilo que devia ser o local do descanso do guerreiro.
Medidas drásticas necessitam-se. Uma amiga sugeriu-me um taco de basebol...se esta noite não dormir esta hipótese cresce exponencialmente! 3 noites sem dormir ainda não é o meu recorde mas nem quero lá chegar...senão é desta que viro pirulas!
Hoje vamos ver como corre...até lá é trabalhar como o cérebro permite...quanto mais não seja quando estou assim ainda digo mais disparates e sou a animação do serviço...
Desde pequena que a minha relação com o sono é um pouco estranha. A minha mãe sempre disse que sestas não era comigo e dormir à noite era só o estritamente essencial. Na adolescência lá começaram as malditas insónias de vez em quando. Na faculdade o ritmo de sono também não era o melhor e as malditas eram bem mais frequentes. Stress? Talvez mas não sempre...Já aconteceram crises destas em praticamente todos os contextos possíveis...isso é o mais irritante. Aparecem e desaparecem sem avisar e perturbam esta vida que por si só já não permite grande sono. "Vai ao médico" dizem os amigos. É um facto que podíamos tratar disso...mas as relações com a classe médica não andam famosas e com os medicamentos nunca foram. Desta vez nem a meditação ajuda...
Depois chateia a perda de tempo de tudo isto...é que nem se dorme nem se faz mais nada...o pensamento é sempre: "se eu ficar aqui quietinha pode ser que adormeça. porque se me levanto e vou ver televisão ou se vou para o computador ainda desperto mais..."
. Claro que isto não resulta e o que se faz é rebolar na cama até o corpo doer e não ter posição para dormir nem sequer para estar naquilo que devia ser o local do descanso do guerreiro.
Medidas drásticas necessitam-se. Uma amiga sugeriu-me um taco de basebol...se esta noite não dormir esta hipótese cresce exponencialmente! 3 noites sem dormir ainda não é o meu recorde mas nem quero lá chegar...senão é desta que viro pirulas!
Hoje vamos ver como corre...até lá é trabalhar como o cérebro permite...quanto mais não seja quando estou assim ainda digo mais disparates e sou a animação do serviço...
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Bem vindos à minha cabeça...
Já foi há algum tempo que me interessei por esta coisa gira dos blogs...pessoas que partilham os seus pensamentos, ideias, sentimentos e afins com os demais que navegam pela net com muito ou pouco que fazer...talvez a ideia começou a crescer com um programa de rádio interessante chamado "o meu blog dava um programa de radio"...algumas das coisas lá lidas e transformadas em música deixavam-me por vezes a pensar como seria escrever um quase diário electrónico, disponível para todos, ou pelo menos por quem passar por cá. A ideia cresceu e nesta fase de moratória começou a ganhar corpo.
Agora o desafio aqui está transformado em realidade...aqui vai parte da minha cabeça...espero que vos faça pensar...mais não peço...
Cumps a todos
Agora o desafio aqui está transformado em realidade...aqui vai parte da minha cabeça...espero que vos faça pensar...mais não peço...
Cumps a todos
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