Todos os dias quando me levanto de manhã subo a persiana da janela do quarto e olho durante uns segundos para o céu. Hoje não foi excepção. As nuvens negras, as trovoadas e o vento que soprava estavam em perfeita sintonia com o meu estado de espírito. O cansaço que se vai acumulando ao longo de um ano comprido e sempre atarefado pesa mais nesta altura tão próxima das esperadas férias. A partir daí tudo se torna mais difícil. O levantar da cama, o duche, o pequeno-almoço (quando há tempo), o conduzir até chegar ao trabalho, o abrir a porta do serviço e ligar tudo, até escrever isto, se torna um processo quase doloroso fisicamente. O tempo concorda comigo...os trovões que se ouvem consecutivamente fazem-me lembrar o meu resmunganço matinal para sair daquilo que os meus pais sempre chamaram "vale de lençóis"...
Mais um esforço, penso eu. Amanhã já é sexta-feira e já entro de férias onde poderei finalmente descansar. Mas amanhã parece uma eternidade. Vivemos todos em função do próximo ordenado, das próximas férias. Sempre do próximo algo que nos satisfaça e dê algum conforto, que preencha este vazio que habita em cada um de nós. Mas será que chega? Não, não estou a ter uma crise existencial, nem sequer estou deprimida. Apenas cansada, quase exausta. E quando estou assim penso mais, ou pelo menos ouço mais os meus próprios pensamentos e reflexões mais ou menos coerentes. Hoje só me apetece aninhar-me no meu canto quentinho e deixar-me embalar pelo Soldier Song da Sarah Bettens. Há dias assim. Hoje sem dúvida é um deles. Amanhã esperemos que seja dia de festa. Pelo menos é dia de férias...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Direitos de todos nós
Quando me lançaram este desafio de escrever alguma coisa neste dia tão importante, milhões de coisas vieram-me à cabeça. O Dia Mundial dos Direitos Humanos não é para brincadeiras. Depois pensei melhor na implicação da expressão Direitos Humanos. O que significa? O que é que nos diz? O que é que me diz a mim? Pensei e li um pouco da famosa Carta dos Direitos Humanos, tão falada e tão maltratada. Depois de a ler a minha mente vagueou até encontrar uma linha de pensamento nova.
Direitos Humanos...para mim muitos mais do que se fala nas politiqueces e nos documentários dos canais temáticos. para mim é o direito de viver, de amar e ser amado, de odiar mas não prejudicar, de rir e sorrir, de pensar e falar. É o direito de se viver como quer, quando quer, nos seus próprios termos sem nunca ferir os termos dos outros. É viver ao seu próprio ritmo, e parar com esse ritmo quando se deseja. É amar quem se quer, homem ou mulher, da forma como se quer e no tempo que se entende como necessário. É comunicar ou escolher o silêncio como forma de comunicação dolorosa e complexa. É escolher e poder escolher livremente, como cidadão de uma comunidade que é muito mais do que a mera soma das suas partes. É o direito de permitir que os outros exerçam o seu direito, é permitirmos que nós próprios usemos desses direitos sem constrangimentos ou torturas. É gritar, chorar, pedir ajuda e ser ajudado...
Depois de toda esta torrente de sentimentos basta-me pensar que Direitos Humanos é apenas por em prática tudo o que somos e temos medo, Seres Humanos completos ou incompletos na plenitude do seu SER! É não termos medo da proximidade e do contacto, com o outro e com nós próprios. É estarmos confortáveis na nossa própria pele, é respeitarmos o outro mas sobretudo a nossa própria existência.
Respeitar os Direitos Humanos no fundo é respeitarmo-nos a nós próprios, enquanto seres humanos. Melhor definição que esta desconheço...pô-la em prática...aí está o desafio!
Este post pertencem a um enorme post colectivo. Para mais informações visitem fenixadeternum.blogspot.com e vejam todas as pessoas que decidiram pensar no assunto...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Cirque du Soleil - Delirium
No dia 31 de Novembro montou-se a romaria à porta do Pavilhão Atlântico em Lisboa. Toda a gente que é gente queria ver aqueles senhores fantásticos que fazem coisas que mais parecem tiradas de um sonho. O Cirque chegou à cidade. Este, porém, não é um circo qualquer. O Cirque du Soleil fez e faz-nos sonhar e acreditar que é possível retratar sonhos num palco, ao som de música, com estímulos intensos e que nos fazem esquecer coisas tão simples como o desconforto das cadeiras do Pavilhão Atlântico.
Foi um verdadeiro espectáculo. Todas as dúvidas que tínhamos relativamente a este Delirium, que se dizia diferente de todos os outros espectáculos que tanto amamos do Cirque, foram-se desvanecendo à medida que toda aquela cor, movimento e som entrava nos nossos sentidos. Fantástico...foi nisso que pensei durante aquelas duas horas que passaram num instante. Para mim foi aterrador, no bom sentido, ouvir um verdadeiro silêncio entre a multidão entre cada quadro, expectante com o que iria acontecer, com as surpresas que nos iria apresentar a seguir. O respeito imenso pelo artista, pela sua concentração e pela sua arte. Foram-se multiplicando os aplausos e à medida que o espectáculo prosseguia os aplausos aumentavam numa proporcionalidade poética.
O espectáculo termina com uma remistura do Alegria. Para mim foi uma surpresa porque não estava mesmo nada à espera e nunca tinha ouvido comentar nada a esse respeito. Foi bonito ver o público e vibrar com uma música e uma apresentação que a maioria do pavilhão nem imaginava que é de outro espectáculo do Cirque. Também pouco interessava. O público vibrava e isso é que interessa.
No fim todos saímos satisfeitos e contentes por estarmos ali, e expectantes pela próxima aventura, QUIDAM!
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