Todos os dias quando me levanto de manhã subo a persiana da janela do quarto e olho durante uns segundos para o céu. Hoje não foi excepção. As nuvens negras, as trovoadas e o vento que soprava estavam em perfeita sintonia com o meu estado de espírito. O cansaço que se vai acumulando ao longo de um ano comprido e sempre atarefado pesa mais nesta altura tão próxima das esperadas férias. A partir daí tudo se torna mais difícil. O levantar da cama, o duche, o pequeno-almoço (quando há tempo), o conduzir até chegar ao trabalho, o abrir a porta do serviço e ligar tudo, até escrever isto, se torna um processo quase doloroso fisicamente. O tempo concorda comigo...os trovões que se ouvem consecutivamente fazem-me lembrar o meu resmunganço matinal para sair daquilo que os meus pais sempre chamaram "vale de lençóis"...
Mais um esforço, penso eu. Amanhã já é sexta-feira e já entro de férias onde poderei finalmente descansar. Mas amanhã parece uma eternidade. Vivemos todos em função do próximo ordenado, das próximas férias. Sempre do próximo algo que nos satisfaça e dê algum conforto, que preencha este vazio que habita em cada um de nós. Mas será que chega? Não, não estou a ter uma crise existencial, nem sequer estou deprimida. Apenas cansada, quase exausta. E quando estou assim penso mais, ou pelo menos ouço mais os meus próprios pensamentos e reflexões mais ou menos coerentes. Hoje só me apetece aninhar-me no meu canto quentinho e deixar-me embalar pelo Soldier Song da Sarah Bettens. Há dias assim. Hoje sem dúvida é um deles. Amanhã esperemos que seja dia de festa. Pelo menos é dia de férias...
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